Por ser plana e permeada de calçadões, skatistas do mundo
inteiro vão para lá, deslizar suas “pranchas”. A brisa do
mar, o índice quase zero de poluição favorecem o uso das
bikes e de veículos não motorizados em Barcelona
A
cidade tem estrutura impecável que garante uma rotina segura
e saudável para quem utiliza meios alternativos de
transporte. Com inteligência e planejamento, é bem
sinalizada, o ciclista tem preferência e, de maneira geral,
as leis do trânsito são respeitadas.
Eventualmente, um turista ou outro quebra a harmonia já
instalada, mas por não conhecer os códigos e sinalizações do
ciclista catalão. Crianças, jovens, adultos, lá todos
pedalam.
Moradores e turistas utilizam a bike como meio de transporte e
para o lazer. Carregam seu pets, pegam táxi-bici, dão um
rolé pela orla basca, se locomovem de casa para o trabalho,
do trabalho para a balada.
A
isso se deve o sucesso da Bicing, sistema público de aluguel
de bicicletas, mas que não é para turistas. A empresa ajuda
a complementar o transporte tradicional dentro de Barcelona,
cobrindo alguns pequenos trajetos dentro da cidade.
Inaugurada há 2 anos, a empresa distribui suas bikes em mais de
300 estações de metrôs, trens e estacionamentos públicos em
Barcelona.
Por 24 euros/ano, o inscrito pode usufruir do sistema da
Bicing.
Até 30
minutos, o trajeto do pedal é gratuito. Todavia se
ultrapassar, paga-se extra pelas horas percorridas (até 2
horas). Mas a quantidade de bicicletas ainda não é
suficiente para o nº de inscritos.
Um ano
após sua inauguração, a empresa estava com 130 mil inscritos
- e
00
novas inscrições/dia - e sua frota que começou com
aproximadamente 3 mil bikes, hoje, deve ultrapassar 10 mil.
A Bicing
também está em Bruxelas, Lion, Copenhagen e Paris e, de
vento em popa, perene, a empresa vai muito bem nas capitais
onde atua!◘
Enquanto
isso no Brasil...
São Paulo
ainda derrapa no uso da bicicleta como um ato de cidadania
para a melhoria de qualidade de vida. Infelizmente
o
pedal como meio de transporte
não está no DNA dos paulistanos. Mas quem sabe nas gerações
futuras.
Na capital, andar
de bicicleta pelas ruas é tão perigoso quanto andar de moto.
É nula a extensão de ciclovia (aproximadamente 12 mil/km), a
cidade não tem nada de plano e o que não falta ao asfalto é
buraco!
Por mais
que alguns se esforcem, a grande imprensa banaliza o tema,
não se aprofunda. Além do prejulgamento de que o ciclista
urbano é “desocupado” , freak ou rotulado,
ironicamente, de “aquele” que usa bermuda engraçada.
Assim até
os mais bem intencionados desistem da idéia de fazer um
trajeto rotineiro com sua bike, ou mesmo aquele que não tem,
de alugar uma, com direito a capacete e cadeado, no
Bicicletário.
Idealizado pela Parada Vital junto a Prefeitura de SP e
patrocinado pela Porto Seguro,
o Bicicletário
tem quase
sete meses de vida, e não se sabe ao certo como e se o
sistema de transporte coletivo está sendo bem aproveitado.
Apesar de
não cobrar ao inscrito por meia hora de pedal, cobra R$ 50 a
diária, o que é paradoxal, pois sai mais caro do que várias
passagens de metrô/ônibus, talvez mais de uma semana de ida
e volta do trabalho.
Com
80 bicicletas distribuídas em 8 estações de metrô na
capital, ainda há muito chão pela frente para o sistema
adequar-se, amadurecer, fazer da utopia, realidade.
Quando houver ciclovia
por toda a cidade, talvez teremos mais cidadãos-ciclistas
circulando por aí.
Por enquanto, temos Barcelona como referência e para nos
inspirar.◘ |