Nome completo, data e local de nascimento.
LG: Luciano Amato Gatti, 05/12/75, Araçatuba.
SubUrbia, Londres e outras
Fale sobre seu sucesso, talvez o
primeiro sucesso, em 2001, ao interpretar Buff, personagem que
encarnou em SubUrbia, de Eric Bogosian. Como lidou com os
elogios que lhe renderam por causa dele?
LG: De verdade, no começo eu fiquei muito surpreso e feliz,
principalmente na primeira semana da peça, em que o público se
divertia muito, ria bastante com o personagem, porque realmente
ele era um bufão dentro daquela história trágica, mas não
esperava tamanha repercussão. Até hoje encontro pessoas que
lembram dele com carinho.
Depois do sucesso de SubUrbia que, na
época, esteve em cartaz no Sesc Anchieta, por onde andou? Como
digeriu a repercussão deste espetáculo em sua carreira?LG:
SubUrbia foi muito importante pra mim. Tive o trabalho
reconhecido, ganhei o Prêmio Panamcu de melhor ator e comecei a
ficar mais conhecido no meio teatral, principalmente em São
Paulo. Com isso as oportunidades de trabalho aumentaram. Fui
trabalhar na TV Cultura, no Ilha-Rá-Tim-Bum, como Zabumba, e
depois com o Chiquinho Medeiros, meu grande amigo e mestre, que
dirigiu o SubUrbia, montamos Hamlet no SESI da Paulista,
repetindo boa parte do elenco do SubUrbia e outros grandes
atores como, Selma Egrey, Hélio Cícero, Mahra Decartes, Gustavo
Machado, Plínio Soares, Marcos Damigo, entre outros. Foi uma
grande experiência. Aliás, o que passou a me interessar mais a
partir dessa época foi a troca, o estudo do ofício e a
oportunidade de trabalhar com pessoas que eu admiro
artisticamente. Então Marcos Damigo, Plínio Soares, Chiquinho,
Rosana Seligman, Bel Kowarich, André Custódio, Lucienne Guedes e
eu, montamos o Núcleo Argonautas para estudar e pesquisar
teatro. Em 2004 inscrevemos um projeto na Lei de Fomento, que
foi aprovado, mas antes da aprovação tive a oportunidade de
realizar um sonho.
Que era... LG: Morar em Londres. Os planos eram: ficar
6 meses e estudar inglês. No final acabei ficando 1 ano e 5
meses, sendo que 2 meses morei em Roma, foi incrível! Para um
ator, uma experiência fundamental. Estudei inglês, teatro e
viajei bastante.
E suas incursões
teatrais em Londres?
LG: Em Londres conheci um diretor brasileiro André Pink, que
mora lá há muitos anos e tem um grupo internacional de teatro,
fiz um teste e passei para sua próxima montagem “Dona Flor e
Seus Dois Maridos” em inglês, voltei ao Brasil e depois de um
ano o André me ligou dizendo que tinha verba para a peça e
perguntou se eu queria fazer.
E você foi?
LG: Fui, claro! E from Brasil
interpretei o Vadinho em Londres, e em Inglês. Outra experiência
inesquecível. Os Argonautas concluíram seu fomento e depois
escreveram outro projeto “Terra Sem Lei” que eu participei,
estudamos muito durante um ano. E agora estou por aí
trabalhando, sobrevivendo, atuando...
Depois, quando retomou aos palcos?
LG: Quando fui à Londres, fiquei praticamente 1 ano e 5
meses sem atuar. Depois de um ano ficou difícil, sentia muita
falta da rotina da profissão; ensaio, temporada, escolha de
projeto etc , sentia falta de atuar, ainda mais que eu
trabalhava no bar de um teatro (Gielgud Theater). Ah quem
passou por lá foi a Jude Dench, com a peça a Tempestade. Foi
emocionante. Voltei ao Brasil e abri uma produtora, comecei a
trabalhar como produtor, mas o que eu queria mesmo era atuar ou
nesse caso produzir meus trabalhos, conheci o Maurício Paroni de
Castro e montamos “Os Gigantes da Montanha” do Pirandelo, na
sala da casa onde ficava a produtora, a peça começava na rua,
passava pela garagem da casa e terminava na sala, foi
divertido... rs
E agora está em cartaz com 8 X0...
LG: Sim, no teatro União Cultural, Rua
Mário Amaral, 209. Eu conheci o Pedro (Garrafa) quando montamos
a peça “Últimas Notícias de Uma História Só”, texto e direção do
Otávio Martins. Passou o tempo e ele me convidou para fazer essa
peça, uma comédia sobre futebol, há tempos não fazia uma comédia
e eu adoro futebol, sou corintiano de coração, então pensei
“vamos nessa que vai ser divertido, ainda mais com um elencão
desses”. Foi e está sendo muito prazeroso, e o público gosta
muito e se identifica, o que é melhor ainda.
Quereres
Que personagem clássico do teatro
gostaria de encenar? LG: O Piotr Trofimov, do Jardim das Cerejeiras.
Nas mãos de que diretor?
LG: Zé Henrique de Paula
Qual é o seu dramaturgo nacional e
contemporâneo preferido?
LG: Nilton Moreno, pela sua versatilidade em escrever e pela
qualidade dos textos.
Cite uma singularidade sua.
LG: sei fazer uma ótima moqueca
capixaba.
De programas esportivos, jornalismo da TV Cultura ao formato do
CQC
O que acha da linguagem da televisão,
gosta de algum formato em especial?
LG: Acho que a TV é parte da
nossa história, ela é a grande responsável pela formação da
opinião pública. Sua linguagem é acessível a todos, e de fácil
digestão. Gosto dos programas esportivos, das miniséries, dos
seriados, do jornalismo da TV Cultura, e do formato CQC.
Quem considera um ótimo ator de TV da
sua geração?
LG: Wagner Moura, admiro sua versatilidade e coragem na escolha
dos trabalhos.
Cinematografia-trocadilho
Quando gosta de estar de cara limpa?
LG: no cinema com os amigos...
O que é um bicho de sete cabeças para
você? LG: A violência no Rio.
Quem é o “homem” do livro?
LG: Beto Brant, com seu filme Cão sem Dono, uma ótima
adaptação do livro Até o Dia em que o Cão Morreu.
Santos Dumont é o inventor do avião ou
os Irmãos Wright?
LG: Santos Dumont. E inventor do relógio de pulso.
Veneno
Com que diretor de teatro não gostaria
de trabalhar? LG: Com aquele bem vaidoso e egoíco que vive falando
merda na imprensa. Aquele que faz mais polêmica do que teatro.
Com que ator detestou trabalhar?
LG: Esqueci o nome, mas não gosto de ator preguiçoso ou ator
rancoroso, que mais reclama do que trabalha.
Cartaz: 8x0 – Futebóis do País
É fanático ou torcedor? De qual time?
LG: Torcedor. CORINTHIANS.
Já fez alguma simpatia, mandiga ou
macumba para seu time ganhar?
LG: Teve uma época que usava sempre a mesma camiseta no jogo do
Corinthians, porque ela dava sorte.
Quando seu time é campeão, qual a
primeira coisa que faz para festejar?
LG: Já fui muito para a Paulista, hoje ligo pros amigos e vou
num boteco comemorar.
E quando ele perde?
LG: Desligo o celular.
Próximos Passos
Depois de 8x0, quais são seus planos
para 2009?
LG: Vou começar a ensaiar a peça "Celebração"
do Harold Pinter, inédita no Brasil, direção do jovem Eric
Lenate, para o festival da Cultura Inglesa. E vou começar a
gravar um média-metragem, ainda sem título.◘
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