Nome
completo, local e data de nascimento
DP-M:
Domingas Person - Müller, 07/12/71 São Paulo
Aos três anos de idade
Como era a relação com sua irmã (Marina Person) nessa época?
DP-M:
Aos 3 anos, a gente morava em Ubatuba, e eu engatinhava na praia
e comia areia enquanto a Marina andava de carrinho moderno e
motorizado com os amiguinhos. Eu era tranqüila, sempre rindo,
bem gordinha e fofa, não tinha briga entre a gente, nem ciúmes
nem nada. Nessa época, eu só pensava em comer, nadar e dormir!
Histórias do Auditório Augusta
Lembra de ter estado no Auditório Augusta?
DP-M:
Claro.
Você brincava na coxia?
DP-M:
Sim, vivia por ali, andando pelos camarins, sala de luz, por
tudo quanto é lugar, sabia acender as luzes sozinha e me sentia
mesmo a dona do lugar.
Qual era a cor da cortina?
DP-M:
Não havia cortinas, era um palco nu.
Que sensação tinha ao sentar nas poltronas, num enorme teatro
vazio?
DP-M:
Eu gostava de ficar no palco!
Assistiu a algum espetáculo junto a platéia com o teatro
lotado?
DP-M:
Sim, muitos. E fizemos, Marina e eu, muitos espetáculos como
coro em “Os Saltimbancos”, em 78. A casa estava sempre cheia.
Havia alguma história, em sua imaginação, de “monstros” ou “deuses” que
rondavam o Auditório ?
DP-M:Nunca
se soube de nada, mas naquele espaço todo preto e escuro, com
certeza, alguns seres viviam por lá.
Alguma lembrança em especial?
DP-M:
Eu era fascinada pelo sótão
onde ficavam os figurinos e os cenários de peças passadas, era
meio “fantástico”, ficava tudo guardado, empilhado, mas tinha
vida, não sei explicar. Alguma coisa ali me atraía.
Aos sete anos de idade
Como era a dinâmica em família durante a semana?
DP-M:
Escola e sítio, morávamos 40 km longe de São Paulo.
E aos finais de semana?
DP-M:
Brincadeiras no sítio e com os vizinhos!
Algum comercial que assistia na TV e adorava?
DP-M:
Só ganhamos uma TV quando eu tinha mais ou menos 8 anos, minha
mãe não queria.
E o lugar preferido para passear?
DP-M:
Nosso jardim, talvez a piscina.
Qual era a brincadeira preferida?
DP-M:
Fazer apresentações com a Marina para os adultos,
assistir a filmes que meu pai projetava na parede com um projetor Super-8 e 16.
Ia ao cinema?
DP-M:
Via filmes em casa, no projetor. Mais tarde ia ao cinema sim, e
quando compramos um vídeo, virei rata de locadora.
Que filme era o preferido dessa época?
DP-M:
Os do Chaplin. Temos todos, em Super-8!
Aos alguns 30 e poucos anos de idade
Qual é o maior medo quando está em frente à câmera?
DP-M:
Soar falsa.
E
atrás dela?
DP-M:
Não captar o momento essencial.
Que mistério a “lente” exerce sobre as pessoas?
DP-M:
A lente delimita o que você vai. Que poder, não?
Quem dirige melhor (carro), você ou sua irmã?
DP-M:
Sou eu, a Marina tira aquela fina dos outros carros.
Dirigir ou ser dirigida (no teatro ou cinema)?
DP-M:
Estou gostando de ser dirigida.
Literatura: autores contemporâneos preferidos:
DP-M:
São tantos. Paul Auster, talvez. Tenho lidos algumas
biografias, gente fascinante como Carmem Miranda, Maysa – agora
me atraquei com “Mutações” da Liv Ulmann, que entrevistei na
semana passada.
Come pipoca no cinema?
DP-M:
Raras vezes. Gosto da pipoca de carrinho de rua, aquela
com cheiro de manteiga me enjoa.
Que personagem do cinema não gostaria de encenar?
DP-M:
Fazer um papel que não tem nada a ver com você pode
ser furada.
O que o aplauso representa, para quem o recebe e para quem o
dá?
DP-M:
Depende. Eu procuro aplaudir só o que gosto mesmo.
Faça um “ménage”, coloque três atores de cinema que gostaria
de ver juntos num filme.
DP-M:
Marlon Brando, Paul Newman e... Greta Garbo. Ou ainda, Liv
Ulmann, Liz Taylor. Ou Cate Blanchet, Benicio Del Toro e Collin
Farrel. Xi, fiz uma ménage a 9!
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