Quem
falar em voz alta que não precisa ser ator para improvisar
corre o risco de querer nunca ter aberto a boca. Sem dúvida,
todo mortal pode improvisar, mas com desenvoltura e
assiduidade?
Os palhaços
do grupo
“Jogando no Quintal”
são
especialistas nessa arte. Há seis anos
tem platéia cativa que participa dos jogos de improvisação e
se debruça em risos com o resultado de partidas hilárias.
O grupo
começou lotando pequenos quintais rococós, com pitangueiras
e chão de cimento, nos bairros de Perdizes e Vila Romana,
por isso o nome “Jogando no Quintal” que resume o
conceito e essência dessa trupe.
Entre
2006 e 2007, saiu de cena para descansar e viajar
por cidades do interior do Brasil, e aproveitou o tempo
para
fazer pesquisa teatral, reciclar e participar de
campeonatos de improvisação na América Latina.
Ganhou o “Campeonato Jogando no Quintal, edição
Latina Americana 2006” dos grupos Acción Impro (Colômbia) e
da Liga Profesional de Improvisación (Argentina),
superando os próprios mestres, na Argentina.
E, finalmente, tem patrocínio das
marcas Adidas e Volkswagen para
continuar a se dedicar à pesquisa
permanente
da linguagem do palhaço e
da técnica de improvisação teatral.
Nova
temporada e novos 'convidados'.
Velhos
fãs acompanham o
grupo desde 2000 e já assistiram a dezenas de jogos. Porém o
público do Jogando está renovado, o que gera mais frescor aos
jogos dos palhaços-atores.
Para o
espectador tímido, que não gosta de ser
envolvido e exposto em brincadeiras, como ser
solicitado a responder ou sugerir um tema no meio da
platéia, isso não é um empecilho para não assistir ao
Jogando no Quintal.
Os
palhaços são generosos e já no início do espetáculo, o
juiz João Grandão, um palhaço magrelo e alto, leve como
folha, dedica o jogo a uma pessoa muito especial que pode
ser qualquer um da platéia.
Grandão
também oferece a partida do dia às “pessoas”, pois elas são
especiais. E por que são especiais? “Porque são pessoas,
porque o mundo é feito de gente” – arremata o juiz,
encarnado por Marcio Ballas, um dos fundadores do grupo.
Cizar
Park, Emily, Olímpio, Chabilson, Comendador Nelson, Adão,
Manjericão, Manela, Mademoiselle Blanche, Rubra e Fonseca,
são palhaços condecorados em toda a América Latina na arte
do improviso e elencam o Jogando no Quintal.
Cezar
Gouvêa, Vera Abud, Cláudio Trebas, Allan Benatti, Nando
Bolognesi, Paulo Federal, Marcio Ballas, Eugênio La Salvia,
Paola Musatti, Rhena de Faria, Luciana Lopes e Marco
Gonçalves, são os atores que encaram o desafio do jogo do
improviso.
Apesar
de
ser para “adultos”, o espetáculo é recomendado
para crianças a partir de 10 anos que podem não entender
tudo, mas se divertem. Se você quer ir e não tem com quem
deixar o pimpolho, cartão verde para levá-lo.
Com
partidas únicas, uma diferente da outra,
nenhum espetáculo é igual, o
improviso é criado pelos palhaços conforme tema sugerido
pela platéia no dia e na hora. E, quando o cinto aperta e o
branco é
total, os palhaços não se intimidam e apelam
para a cara de pau mesmo!
Certamente improvisar é uma arte para poucos e nem todo
ator se sai bem no exercício da rapidez do raciocínio. Mas
os palhaços-atletas do Jogando no Quintal são profissionais nessa
categoria, e vale a pena conferir!◘
|