Nome
completo, data e local de nascimento
MV: Melissa Vettore, 10/02/72, SP
Mothern
Quão moderna pode ser uma mulher de 30 e poucos?
MV: Tão moderna quanto o mundo de hoje e tão arcaica quanto
os preconceitos de antigamente.
Até onde uma mãe nessa faixa etária
consegue ser moderna?
MV: Eu estava em cartaz com uma peça no RJ e meu filho se
apresentava com uma peça na escola. Enquanto eu tomava café da
manhã com meus parceiros de cena, minha mãe colocava o celular
dela e eu ouvia as frases do meu filho fazendo a peça, conforme
a gente tinha ensaiado juntos, e chorava...
O melhor de estar na casa dos 40 anos deve
ser...
MV: Ainda não sei, vou saber logo e te conto, mas espero que
seja não ter os conflitos dos 30!
E o pior...
MV: Ah! Essa história de ter ruga não é uma delícia, mas o
pior em qualquer idade é sentir que você podia ter vivido mais
intensamente... Mas isso a gente sempre pode rever, dar uma
guinada e atualizar seus sentimentos, não tem idade.
A quantos km/hora pode uma mãe andar com filhos de 10 e 12
anos?
MV: Mil sem dúvida.
Teatrando
Qual o maior medo que tem um pouco antes de subir ao
palco?
MV: Entrar no mecânico como forma de me assegurar e deixar de
dividir generosamente aquele momento, ‘único da cena’, com o
público.
Tem algum cacoete?
MV:Faço um gesto budista que uma amiga atriz me ensinou para
zerar a mente.
O que mais admirava como artista em GeanFrancesco Guarnieri?
(uma singularidade)
MV: A maneira como acionava a emoção e conectava isso com o
público. Era lindo vê-lo abaixar o tom das palavras e trazer a
platéia para dimensão do humano.
E em Myrian Muniz?
MV: Foi onde nos conhecemos, lembra?! Eu era apenas
iniciante, você e Domingos Montagner mais maduros e eu me
espelhava em vocês.
Com a Myrian ví a importância da celebração, do sagrado no
teatro e no grupo de pessoas que o fazem, a presença do ‘algo
maior’ que nos deixa humildes e singelos diante do fazer
teatral.
Pub
Qual foi o comercial
que Fernando
Meirelles dirigiu,
e você atuou com texto de sua própria
autoria?
MV: Foi um comercial da Parmalat. Podíamos alterar o texto e
reescrêvo-lo no teste. Aí eu fiz um textinho engraçado (sobre
filhos e correria, que era o que eu estava vivendo e que
resultaria no embrião do Mothern que morava em mim) e todo mundo
deu risada no set. Me aprovaram e no dia de gravar pedi o texto
pra decorar, o Fernando me deu os parabéns, falou que o texto
seria o meu. (me pagaram tudo certinho.)
Por que Fernando Meirelles está onde está? (consagrado por
ótimos filmes no cinema, vindo de um extensa carreira de filmes
publicitários)
MV: Porque ele é incrível mesmo. Acho que o Fernando tem um
olhar em relação a interpretação grandioso, que faz os projetos
todos crescerem. Não só ele tem esse olhar, o Luca Paiva que é o
criador (e diretor geral) do Mothern também, ele representa um
olhar novo dentro da televisão.
Maysa
Quem seria nossa Maysa em tempos atuais?
MV: Não creio que exista uma mulher hoje com a coragem dela.
Mesmo.
Como acha que a minissérie “Maysa” irá repercutir ao grande
público?
MV: Acho que já está repercutindo, ouço os comentários.
Ninguém passa desapercebido por ela. É contestadora, destrutiva
muitas vezes. Mas sobretudo ela nos provoca na sensibilidade, a
crescer com a arte.
Como foi o seu trabalho, a criação do personagem e execução, em
Maysa?
MV: Faço uma espanhola, então tive que cuidar do sotaque. Fui
a última do elenco a
entrar.
Mergulhei num ambiente que já estava muito positivamente
construído pelo Jayme Monjardim, tudo me pareceu muito
inspirador, Larissa, que faz brilhantemente Maysa dá o tom do
seriado, Pablo que faz meu marido, já estava bem trabalhado,
mergulhei com eles. Ouvi músicas espanholas para me sensibilizar
a abrir o coração da personagem e viver com intensidade e
romantismo que ‘Maysa’ exige.
Você estará em quantos episódios?
MV: Entro terça feira (13/1/2009) numa cena pequena, capítulo 6 , aí
‘botamos pra quebrar’ até o 8.
Próximos Passos
E para 2009 quais são os novos projetos
profissionais?
MV: Estou sem ansiedade. Tem o Mothern ainda no ar, essa
semana inteira até quinta passa o eps 11, um episódio meu e do
Otávio Martins (que é o meu marido na série e grande parceiro)
muito bacana.
Tem a peça com as meninas que está em cartaz no Teatro Folha, e
tem Maysa. Como foi tudo ao mesmo tempo, quero agora curtir as
parcerias que construí, e ficar mais com minha família e os
amigos.◘
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