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19/05/2008 - Na minha boca não!

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11/5/2005            Champanhe e literatura

 

 

11/5/2005 Champanhe e literatura Por: Viviane Fuentes

   Há pouco tempo, um ator entrou em contato comigo por e-mail, mostrando interesse em montar !COMA!. Ele tinha lido o romance e adorado, algumas partes mais, outras nem tanto.

   Queria saber o que eu achava, se topava adaptar para o teatro, etc. Tivemos nossa primeira conversa, por telefone, e ele me contou como havia entrado em contato com o meu pocket book.

   Num sebo de livro, havia uma promoção em que, se o cliente levasse 10 livros, pagava 0.10 centavos cada um. Quase afundei: " Nossa! Olha o valor da minha obra!! 10 centavos. Cada livro me custou R$ 7,00. Veja o triste fim de policarpo."

   O ator era eloqüente, e sua história parecia deliciosa. Foi sua sorte ter !COMA! no pacote que escolheu, pois, segundo ele, os outros nove livros não valeram tanto a pena.

   O que mais me chamou a atenção nessa história, e que é maluco, foi perceber a trajetória, ou melhor, a auto trajetória de uma obra que não foi editada por uma grande editora e portanto não tem distribuidora.

   E não é que ainda assim a obra persiste?! Ela existe por si só, esse é o trunfo. Sim, nós existimos. A obra, seja ela qual for, traça seu próprio percurso e atinge o objetivo: ter a atenção, que seja a atenção de um só leitor, e quiçá, agradar. Sim, nós não estamos sozinhos!

   Comentei essa história com uma amiga, também atriz, e ela, por sua vez, me contou outra história. Um autor teatral, conhecido dela, encontrou um livro dele sendo vendido numa livraria a R$ 2,00. No local da "liquidação", ele foi até a balconista, que também deveria ser a proprietária, e disse:

     — Quero comprar esse livro. E vou pagar R$10,00 por ele.

     — Mas, senhor, ele custa R$2,00.

     — Mas eu vou pagar R$ 10,00!

     A mulher pensou em dizer algo, mas foi pega de surpresa, esse fato nunca lhavia ocorrido antes. Pairou o olhar sobre a face do cliente e finalmente soltou:

     — Mas por quê?

     — Eu sou o autor desse livro e ele vale R$10,00 para mim!

     Por isso, por essas e outras, é que veep.com.br surgiu. Da necessidade de que todos saibam que eu também escrevo (e não importa se não são multidões) e que, às vezes, até escrevo muito bem.

   E de que histórias como essas devem ser contadas! E que 0,10 centavos valem muito. Irrisório? Depende pra quem! Não é porque o autor não está exposto na mídia ou por ele estar escondido e consignado no fundo da prateleira de uma pequena livraria, que ele não existe!

    É clichê, eu sei, terminar a conversa com a frase de alguém famoso, detesto isso, mas nesse caso é inevitável: Clarice Lispector disse numa das poucas entrevistas que deu para a TV: "Quando não estou escrevendo, eu estou morta".  

   ...Enquanto isso, no frigobar da minha imaginação, repleto de champanhe, pego uma garrafa e estouro a rolha, mas com elegância, sem fazer estrondo, e sem gritar: "eh!!". Champanhe é meu Prozac. Calma, sem arrogância!! É claro, não é sempre que tomo.

   E é "O" champanhe, não "A" champanhe, por favor!!! Champanhe é masculino!! E quem disser que O champanhe faz mal, é mentira!!! Não faz.

   Só a bela Kate Moss que, ironicamente, se tornou alcoólatra de tanto bebê-lo e, imaginem!, a sortuda só devia beber de La Grande Dame para cima!!

   O problema é que ela tomava de estômago vazio ...Pensando bem, pode ser que vicia sim, já estou na segunda garrafa! Mas fazer mal, não faz, estou me sentindo tão bem...

    "Veep!!" - meu chefe grita. E o champanhe se torna uma xícara de café morno na minha frente... Champanhe para todos!! (fim)