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Bastidores de mãe!
18/03/2008 - O que nossas avós não contavam
17/10/2007 - Dublê da Mulher Maravilhar:
Vivi
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lados é que se vai!
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Cães dóceis, vizinhos raivosos
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Fila, cultura brasileira: em exibição...
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Rugas, por que não te quero?
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11/5/2005
Champanhe e literatura fraco da corda. |
17/10/2007 - Dublê da Mulher Maravilha
Por: Viviane
Fuentes
A família está completa: cachorro, gato, bebê –
papagaio não há, mas em nosso pomar pousam maritacas,
sabiás-laranjeira, bem-te-vis... Ah, e pombas-rolinhas que o
gato insiste em trazê-las despenadas para dentro da cozinha
– talvez pense em cozinhá-las na ceia de Natal.
Sinto-me muito sexy quando logo de manhazinha
entro na cozinha, de calcinha, soutien e cinta - hábito que
adquiri ao dormir depois de dar a luz, antes somente pelada
em prol do matrimônio - e me preparo para alimentar a
família - em nosso universo não existe fome, sobra amor.
O bebê recém-nascido conforta-se em meu braço,
está a sugar leite quentinho, entro em ação, com o outro
braço que não o segura, ligo a cafeteira de expresso. O gato
mia, quer carinho. O cão abana o rabo, quer comida. Jogo um
osso-biscoito para ele. Faço carinho com meu pé na gata.
Onipotente, sou venerada tal qual um posto de
leite itinerante, a criança pára abastece e sacia anseios,
tocando seu mundo. Não me falta leite, mas não o vendo. Ao
sair nas ruas, percebo a gula dos homens em querer secá-lo–
o posto fica entre o colo e o pescoço, uma vitrine viva.
Personificando a mulher amada por todos os
lados, sou requisitada pela humanidade em breves momentos
que suprem a ambição e a vaidade do Homem. Instantes que
ignoram o estresse, cólica e as hemorróidas - sim, eu sei,
não se pode abreviar a vida assim, senão ela seria um
tédio... E daí?
Mas juro! Não desejo ter um iate atracado em
meu quintal, roupa nova dependurada no cabide todo o mês,
tomar um porre dia sim dia não, pinga ou Coca-Cola. Juro!
Não me carece ter quilates de ouro ou diamante no corpo,
apenas um delicado Baccarat já satisfaz.
Ao ler atrocidades do mundo na internet, sei
que nenhum super-herói as resolveria todas. Mas em casa sou
dublê da Mulher Maravilha. Domino o laço mágico, com ele
faço sumir o frio ou a cólica do bebê. Meu talismã é o
bracelete de ferro e, cruzando os pulsos, rebato e afasto o
mal-olhado, alienígena ou não, que há na Terra.
Dou ração para a bicharada. Para mim, brioche!
Em posição acrobática extraio expressos da cafeteira e,
ainda, com elegância de equilibrista, levo duas xícaras ao
quarto com o bebê dependurando no mamilo feito piercing.
Acordo o marido que sorri ao ver sua cria, que sorri ao ver
a mulher que traz o café ternamente.
Logo após, rodopio, sou convidada ao banho e
despem-me o maiô imaginário, estrelado e acinturado, despem
o intenso e frágil, por vezes raivoso, ser que sou e ainda
há tempo para discutir sobre o sucesso da firma que vai de
vento em popa – cogitamos envasar o leite da ternura e fazer
fortuna com ele num próximo verão.
(FIM)
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